Diz o povo que “onde há redes, há rendas” e região algarvia não foge a
essa máxima. Protagonistas do artesanato do sul de Portugal, as rendas
de bilros, de duas e cinco agulhas, o crochet com agulha de barbela e a
renda de filet de malheiro continuam hoje a embelezar a casa e a roupa, como ornamento requintado.
Em Castro Marim, as rendas de bilros continuam a ser pacientemente
tecidas por mãos femininas, que perpetuam uma herança vinda da Flandres.
Já no Azinhal, persiste a renda de folhas, um modelo específico da
região. Nas zonas de Olhão e Fuzeta, é mais comum a renda com duas
agulhas, uma malha que lembra a rede do pescador posteriormente
embelezada com os mais diversos motivos, e a renda com cinco agulhas. O
crochet com agulha de barbela, que se destaca em Loulé, permite executar
as mais variadas peças. A renda de filet ou malheiro, característica
das zonas marítimas, é conseguida com fio de algodão e o auxílio do
malheiro (régua de madeira), sendo a malha esticada num bastidor onde é
bordada com pontos e motivos diversos.
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