O TRAJE NAZARENO FEMININO NÃO PAROU NO TEMPO, NEM SE TORNOU UMA PEÇA
MUSEOLÓGICA. É UM TRAJE QUE RENASCE CADA ANO, TORNANDO A NAZARÉ ÚNICA
ENTRE AS DEMAIS.
De origem relativamente recente, a Nazaré “nasceu” do recuo
do mar e do assoreamento progressivo da praia durante o século XVII,
começando a ser conhecida e frequentada como praia de banhos apenas em
meados do século XIX.
A população nazarena tem as suas raízes
muito ligadas a outros marítimos como os Ílhavos e outros povos da Ria
de Aveiro, que trouxeram com eles para a Nazaré não só novas artes de
pesca, mas também o modo de vestir e até de falar. Ao longo dos anos
essas novas maneiras foram aqui evoluindo, transformando-se e
adaptando-se às necessidades da vida.
As sete saias fazem parte da
tradição, do mito e das lendas desta terra tão intimamente ligada ao
mar. Diz o povo que representam as sete virtudes; os sete dias da
semana; as sete cores do arco-íris; as sete ondas do mar, entre outras
atribuições bíblicas, míticas e mágicas que envolvem o número sete.
A sua origem não é de simples explicação e a opinião dos estudiosos e
conhecedores da matéria sobre o uso de sete saias não é coincidente nem
conclusiva. No entanto, num ponto todos parecem estar de acordo: as
várias saias (sete ou não) da mulher da Nazaré estão sempre relacionadas
com a vida do mar. As nazarenas tinham o hábito de esperar os maridos e
filhos, da volta da pesca, na praia, sentadas no areal, passando aí
muitas horas de vigília. Usavam as várias saias para se cobrirem, as de
cima para protegerem a cabeça e ombros do frio e da maresia e as
restantes a taparem as pernas, estando desse modo sempre “compostas”.
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